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judite canha fernandes
um só poema :: one lonely poem| 2000
poesia | judite canha fernandes
[inédito]
depois de retirar todo o pó da pele
as mãos afundam-se na névoa,
e eu deixo de ver a minha vida fugaz.
fecha-me os olhos,
meu amor,
e parte.
a vida ainda é tua.
e o círculo apaga-se,
já totalmente invisível,
à sua volta os cadáveres da humanidade:
lixo, prisões de alta segurança, gigantescas televisões.
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