judite canha fernandes
nota biográfica
performer, bibliotecária, ac(r)tivista, investigadora, curinga, mãe, feminista, descalça, escritora, sem nenhuma ordem.
estudei biologia marinha, depois ciências documentais, arquivo e biblioteca e depois ciência da informação, movimentos sociais e feminismos. as artes fui vivendo e aprendendo nos intervalos. estudei várias vezes a vida. às vezes acho que progrido nas compreensões de tão complexo fenómeno, outras não.
sou maior e, como hoje acabei de fazer a vacina do tétano, sou também vacinada.
feminista e um bocado vadia, pressinto. a vadiagem é claramente intramuscular.
leio compulsivamente. gosto de falar e de concretizar, igualmente. gosto de todas estas coisas tanto como de não fazer nada. tenho tanto de porra louca como de rapariga responsável, ou tanto de obsessivamente independente como de mãezinha. enfim... não tendo nenhuma doença mental diagnosticada, em princípio sou simplesmente assim.
tem dias.
tirando os dias em que entro em parafuso, tá-se bem. tenho aprendido com o tempo a estar onde estou, quando estou, com quem estou, morando-me no peito o universo, o meu e o d@s outr@s.
às vezes.
às vezes só reajo com toda a força que tenho quando pisam directamente no meu pé. gostava de melhorar isso.
gosto de inventar palavras. faineza, esquivacalhar, pendinite.
o dia em que me portei melhor foi o dia em que a minha filha nasceu. portei-me espetacularmente bem. o dia em que me portei pior não me apetece contar. que o(s) há, o(s) há.
persigo tantas utopias na política como nas relações humanas. não concebo uma transformação do mundo sem ambas. desagrada-me muito nestes dias a ideia de um povo sereno que espera até que a corda rebente à volta do seu pescoço antes de reagir. assusta-me o crescimento de extremismos de direita, sob diversas formas, como reação. apetece-me atirar sapatos, às vezes bombas, às vezes uma revolução. indigna-me a naturalização do capitalismo, do mercado, do patriarcado, do colonialismo.
quero muito um outro mundo (im)possível de bom.
se tiver de escolher uma frase escolho "se esta revolução não der para dançar, não é para mim"
nota final | neste site a escrita é sexuada, mas não sexista. quando digo no masculino, é porque quero dizer no masculino. quando digo no feminino é porque quero dizer no feminino. quando é neutro, é porque é neutro. sim, às vezes vamos fazer de conta que o neutro existe.